Deitas teu corpo em flor
Alphonsus de Guimaraens Filho
Deitas teu corpo em flor no campo claro
E toda ao sol te entregas, matinal.
Um perfume de luz se espalha qual
Puro delírio, canto esquivo e raro.
Sorver o aroma, recolher o puro
Estremecer de flor, ó pólen, ó mel
Que irrompendo de tudo vibra em céu
De água a cair das coisas num futuro
Instante de fantástica beleza
E de beijo e de afago e de um supremo
Arfar de chama em límpida penugem.
Deitas teu corpo em flor, e a natureza
Funde-se em ti no alto silêncio extremo
De volúpia desfeita em brisa e nuvem.
Postado por Perla
Comentários
Postar um comentário